Investimentos: Cenário Econômico desafiador para 2020
O ano de 2019 trouxe muitas surpresas no campo político e também no econômico. Depois de um início de governo animador para o mercado, algumas reformas foram feitas e algumas outras ficaram pendentes. As reformas que já aconteceram podem até trazer ganhos para a economia, mas certamente eles não aparecerão no curto prazo.
O maior problema da economia brasileira hoje é, sem dúvida, a falta de crescimento. Desde 2013, a economia vem se retraindo e, quando não se retrai, avança a passos lentos. E, sem crescimento econômico, não há política de governo que seja capaz de fazer o país voltar aos trilhos no curto prazo!
Uma forma bastante utilizada para incentivar o crescimento é o que chamamos, no mercado financeiro, de política monetária. Em outras palavras, esse termo designa aquilo que o Banco Central faz de melhor: controla juros e inflação a fim de manter a economia sempre saudável.
Em razão do fraco crescimento, o Banco Central vem fazendo cortes sucessivos nas taxas de juros (representadas, aqui, pela SELIC), e o mercado espera que essa taxa termine o ano em 4,5%, o que é o menor patamar histórico da SELIC. Juros baixos são estimulativos porque incentivam o empresário a investir, ao invés de guardar dinheiro no banco.
O cenário de juros baixos cria um desafio para os Fundos de Pensão na medida em que a rentabilidade dos títulos de renda fixa terá um retorno consideravelmente abaixo das metas atuariais. Para a FUNEPP, investidora de longo prazo, o efeito dos juros baixos também é sentido: fica mais difícil, nesse ambiente, gerar retornos compatíveis com as metas de seus planos de benefícios. Por essa razão, as políticas de investimentos desenhadas para o ano que vem devem prever alocação de recursos que seja compatível com essa nova realidade, sem perder de vista a segurança do mesmo.
A fim de atingir (ou pelo menos buscar atingir, no longo prazo) rentabilidade compatível com as expectativas, a FUNEPP deve incrementar a sua parcela investida em ativos de maior retorno esperado, o que implica uma volatilidade maior tais como Renda Variável, Fundos Imobiliários e Fundos de Investimento no Exterior. Tais classes trazem maior expectativa de retorno – a contrapartida, é claro, estarão mais suscetíveis a maiores flutuações no valor da carteira ao longo do tempo. Essa estratégia de alocação é uma forma de diversificar os investimentos dos planos e, ao mesmo tempo, manter controle sobre o risco global da carteira.
A mesma política de investimentos que prevê essa alocação traz uma série de parâmetros que ajudam a mitigar e a minimizar perdas no portfólio. Mas, inegavelmente, os movimentos de curto prazo tendem a ser mais intensos, em nome de um longo prazo mais tranquilo e adequado às expectativas de todos.
O objetivo é dar melhor compreensão da estratégia de alocação e trazer mais transparência aos participantes à luz do cenário econômico desafiador. Nosso desafio é encontrar uma carteira de ativos que possa atingir a meta atuarial tendo a preocupação de assumir o menor risco possível. O pleno conhecimento da estratégia que está sendo realizada é que dará a todos a certeza de que estamos no caminho certo!
27 de novembro de 2019