Investimentos: Cenário Econômico desafiador para 2021
O ano de 2020 foi um dos mais confusos da história recente: começou com boas perspectivas no campo econômico, passou por uma das maiores crises dos últimos anos, com o avanço da pandemia, apresentou grande recuperação ao longo do segundo e do terceiro trimestre e seguiu pautado pelas eleições americanas em seu final. Foi um ano de mudanças expressivas e, muitas vezes, muito radicais.
Uma das principais consequências da crise econômica oriunda da pandemia foi o aprofundamento das políticas de juros mais baixos por parte dos Bancos Centrais ao redor do mundo, e não foi diferente no Brasil. Os juros foram levados a patamares de 2% ao ano, o que implica que estão mais baixos do que a inflação – na prática, isso significa juros reais negativos.
Numa situação assim, os investidores têm um desafio enorme. Manter recursos em aplicações conservadoras sequer mantém o poder de compra e, evidentemente, não gera qualquer acumulação positiva para o longo prazo. Para os Fundos de Pensão de maneira geral, o desafio é o mesmo, na medida em que a rentabilidade dos títulos de renda fixa terá um retorno consideravelmente abaixo das metas atuariais. Para a FUNEPP, investidora de longo prazo, o efeito dos juros baixos também é sentido: fica mais difícil, nesse ambiente, gerar retornos compatíveis com as metas de seus planos de benefícios. Por essa razão, as políticas de investimentos desenhadas para o ano que vem devem prever alocação de recursos que seja compatível com essa nova realidade, sem perder de vista a segurança do mesmo.
A fim de atingir (ou pelo menos buscar atingir, no longo prazo) rentabilidade compatível com as expectativas, a FUNEPP deverá manter sua estratégia de diversificação de seus investimentos, buscando ativos de maior retorno esperado. Ativos de maior risco trazem maior expectativa de retorno – a contrapartida, é claro, estarão mais suscetíveis a maiores flutuações no valor da carteira ao longo do tempo. Essa estratégia de alocação é uma forma de diversificar os investimentos dos planos e, ao mesmo tempo, manter controle sobre o risco global da carteira.
A mesma política de investimentos que prevê essa alocação traz uma série de parâmetros que ajudam a mitigar e a minimizar perdas no portfólio. Mas, inegavelmente, os movimentos de curto prazo tendem a ser mais intensos, em nome de um longo prazo mais tranquilo e adequado às expectativas de todos.
O objetivo é dar melhor compreensão da estratégia de alocação e trazer mais transparência aos participantes à luz do cenário econômico desafiador. Nosso desafio é encontrar uma carteira de ativos que possa atingir o objetivo de retorno de longo prazo, tendo a preocupação de assumir o menor risco possível. O pleno conhecimento da estratégia que está sendo realizada é que dará a todos a certeza de que estamos no caminho certo!
24 de novembro de 2020